Desde a sua primeira obra, um hospital, até aos últimos projectos para universidades, José Carlos Loureiro desenhou uma multiplicidade de edifícios públicos. Esta componente da sua obra construída, para além da inquestionável qualidade arquitectónica, é paradigmática da forma como os seus edifícios estabelecem continuamente uma intensa relação com os locais onde se implantam, quer sejam cidades ou paisagens naturais. Os equipamentos colectivos que projectou, que incluem pavilhões desportivos, centrais eléctricas, tribunais, museus, igrejas, mercados, escolas ou universidades, revelam um exemplar cuidado na articulação entre o espaço público e os acessos dos edifícios, mas igualmente na forte imagem que imprimem aos lugares, figurando como pontos de referência funcional e visual. O empenho colocado nos atributos espaciais e construtivos destes edifícios, tendo como foco o bem-estar dos seus utilizadores, manifesta a dedicação de José Carlos Loureiro à CAUSA PÚBLICA.
Uma parte substancial da obra de José Carlos Loureiro e do Atelier GALP foi dedicada ao desenho de edifícios de habitação unifamiliar e colectiva. Da modernidade bauhausiana dos projectos iniciais, patente na sua Casa de Valbom, passando pelas aaltianas variações contextualistas que incluíam a tradição construtiva local, até às experiências finais de influência wrightiana e miesiana, muitas foram as linguagens utilizadas, retrato tanto da sua activa longevidade como do cosmopolitismo da arquitectura portuguesa contemporânea. Os projectos de habitação colectiva, onde se exploram diferentes escalas e materiais, distintos modos de habitar e variadas tipologias, procuram, em muitos casos, também ‘fazer cidade’, desenhando jardins ou pátios comuns, ruas internas ou acessos generosos. CASAS PARA TODOS remete, assim, para o ideal moderno de construir para ‘o maior número’, de que o emblemático Edifício Parnaso será exemplar, mas igualmente para a variedade de destinatários e de formas de organização do espaço doméstico desenvolvidas.
A par das encomendas públicas, a arquitectura de José Carlos Loureiro e do Atelier GALP respondeu também a solicitações do sector privado, desenhando hotéis, centros comerciais, escritórios e vários edifícios para a mesma ‘marca’ em diferentes locais, de que são exemplo as estações de serviço, as agências bancárias ou as sedes de seguradoras. São, por isso, ARQUITECTURAS DE REPRESENTAÇÃO, onde para além da funcionalidade estrita, interessa igualmente explorar a forma como a arquitectura é encenada, isto é, mais do que responderem a um determinado uso, os edifícios tinham como desígnio representar as instituições públicas ou privadas perante a cidade, não se inibindo de experimentar uma monumentalidade contemporânea.
Fundação Marques da Silva,
Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende,
Câmara Municipal da Maia
Luís Martinho Urbano
Joaquim Vieira de Magalhães
José Carlos Loureiro, Luís Ferreira Alves, Juan Rodriguez
Atelier Galp, Alejandro Erráez, Catarina Coelho, Daniel Zveiter, David Barros, Giovanna Christe, Inês Carneiro, Jade Simony, Laura Porto, Mariana Sala, Mario Soares, Paula Rêgo, Sofia Olas, Vítor Menezes
Ana Resende Studio
Direcção Geral das Artes, Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Ordem dos Arquitectos
Luís Pinheiro Loureiro, José Manuel Loureiro
Praça do Marquês de Pombal, nº 30
4000-799 Porto
Rua Pintor Júlio Resende, 105
4420-534 Valbom, Gondomar
Praça do Doutor José Vieira de Carvalho
4474-006 Maia